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Olá Pessoal!! Estou agora atualizando o Tutorial deste blog, uma vez que ocorreram algumas mudanças em sua funcionalidade tornando o mais pr...

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Pragas das Orquídeas

Olá Pessoal!!  Venho agora para mais uma postagem técnica, que será dividida em duas partes, mas ambas extremamente importante que é o conhecimento das principais pragas e doenças das orquídeas e o seu respectivo manejo( controle ).

Aqui no Orquídeas Sem Mistério vocês já encontram uma matéria introdutória sobre este assunto abordando as causas que levam ao problema com pragas e doenças e as principais formas de como prevenir e ter um cultivo saudável, além de falar um pouco sobre os organismos benéficos que ajudam a controlá-las. Para acessá-la clique aqui. No entanto, vamos agora conhecer mais a fundo cada praga que atormentam nossas orquídeas em nossos cultivos. Fique agora com a listagem das principais pragas das orquídeas:

OBS: para ir direto para a praga que deseje conhecer é só clicar em cima do nome na lista.

  1. Cochonilhas
  2. Tripes
  3. Ácaros
  4. Lesmas e Caracóis
  5. Pulgões
  6. Percevejo Tenthecoris 
  7. Vaquinhas
  8. Vespinhas das Orquídeas
  9. Mosquito Fungus gnats 
  10. Lagartas e Brocas
  11. tatuzinhos
  12. Baratas e Gafanhotos
  13. Contarinia
  14. Besouros
  15. Nematóides
  16. Ratos
Agora vou descrever de forma simplificada e linguagem bem coloquial cada uma delas e as medidas de controle. Vamos la?!

1 - Cochonilhas:




As cochonilhas são, sem sombra de dúvidas, as pragas mais problemáticas e comuns em todos os cultivos de orquídeas espalhados pelo Brasil. São pequenos insetos sugadores e causam muito estrago se nada for feito. Eles Atacam a orquídea sugando sua seiva onde se instalam injetando uma toxina que leva a planta a desenvolver lesões no local de início amareladas e depois se tornando amarronzadas, com tecido morto e se a infestação for grande a planta vai ficando fraca, apresentando deficiência nutricional podendo desidratar e contrair alguma doença vindo até a morrer.

Dentre as cochonilhas que mais atacam as orquídeas são as do grupo das "cochonilhas farinhentas" e as "cochonilhas de carapaças" além de "cochonilhas de raiz" e o que favorecem o seu ataque são:


  • plantas adensadas
  • ambiente muito sombreado
  • abafamento ou excesso de ventilação
  • substrato velho e/ou inadequado
  • adubação inadequada
Além desses fatores citados temos algumas formigas que podem levar cochonilhas de um local ao outro, pois com a liberação de fezes adocicadas, que servem de alimento para as formigas acarreta no pastoreio e proteção das cochonilhas o que é mais um problemão!

Para controle e manejo das cochonilhas além de garantir um bom ambiente, nutrição, boas condições de cultivo e evitar embolar as plantas pode-se usar produtos a base de óleo de NIM ou óleo mineral e nesse caso para prevenção produtos a base de NIM são muito eficientes e ajudam até a controlar pequenas infestações. A limpeza manual pode ser interessante quando se tem um pequeno número de plantas com cochonilhas e para fazer é bem simples, basta uma escovinha de dentes macia e sabão de coco, então bem delicadamente vá escovando as partes onde elas estão até remover todas. Lembrando gente, as cochonilhas gostam de ficar nas partes mais escondidas da planta, como junção da folha com o bulbo, miolo da folha, por baixo das palhas que recobrem os bulbos, no rizoma e na parte de baixo das folhas, portanto sempre devem observar sua planta por inteiro atrás destas e outras pragas que possam aparecer. Agora, se a infestação for grande o melhor é uso de inseticidas que podem ou não ser misturados com óleo mineral ou de nim. Dentre os vários que podem ser usados cito aqui alguns de venda livre mais usados: K othrine, Butox, Colosso. Vejam aqui Dicas de como usar esses produtos com segurança em caso de grande infestação:

  1. K othrine: usar 6ml/litro + 2ml/L de óleo de NIM ou mineral de uso para plantas + 10ml/L de Detergente neutro;
  2. Butox: usar 2ml/L + 2ml/L de òleo de NIM ou mineral + 10ml/L de Detergente neutro;
  3. Colosso Pulverização: usar 2ml/L + 2ml/L de òleo de NIM ou mineral + 10ml/L de Detergente neutro.
Além destes a calda sulfocálcica pode ser usada também com certa eficiência no combate as cochonilhas, mas veremos daqui a pouco sua verdadeira eficiência.

OBS: As aplicações, sejam de qualquer que seja o produto devem ser feita sempre final do dia para evitar intoxicação das plantas. Em caso de uso de óleos a dosagem máxima recomendada para qualquer que seja ele é de 5ml/L, porque orquídeas são sensíveis a óleo. Usar proteção individual sempre que for aplicar produtos mais perigosos e seguindo sempre a recomendação de uso de cada produto, principalmente se for utilizar agrotóxico de venda controlada.

Vejam agora algumas imagens:



Cochonilha do tipo farinhenta

Cochonilha de carapaça























Calda sulfocálcica
Detergente Neutro
Escovinha de dente macia para limpeza manual

Sabão de coco para passar na escovinha de dentes macia para limpeza manual




Fonte de todas as imagens: Google imagens

2 - Tripes:

Os Tripes, também conhecido como Lacerdinhas são pequenos insetos raspadores e sugadores de cores variadas, cumpridinhos e asas franjadas que causam muitos estragos nas flores das orquídeas, mas também podem atacar folhas em desenvolvimento causando lesões em listras que podem ser horizontas e em raízes causando cinturas. Os tripes são conhecidos como as pragas das exposições e causam grandes prejuízos econômicos no cultivo comercial, uma vez que ataca o principal produto de venda que são as flores. As lesões dos tripes são como regiões descoloridas ou manchadas e deformidades nas flores, hastes e botões. Quando o ataque é muito severo pode levar a aborto de botões e hastes inteiras de flores o que é desanimador.

Para o controle, além das medidas de cuidados no cultivo e ambiente uso preventivo de produtos a base de óleo de nim podem ser uma boa pedida ou produtos a base de enxofre e armadilhas adesivas na cor azul. Já quando os tripes se encontram instalado o melhor a fazer é eliminar todos os botões e hastes florais afetados e queimar esse material, em seguida aplique produtos a base de enxofre ou algum inseticida, sejam esses de venda livre ou produtos sistêmicos de venda controlada não esquecendo de usar proteção adequada para cada produto e aplicar sempre final do dia. Podem ser necessárias de 2 a 3 aplicações até se livrar do problema.

Fiquem agora com algumas fotos:























Fonte de todas as imagens: Google imagens


3 - Ácaros:

Os ácaros são minúsculos, quase invisíveis a olho nu, mas seus estragos são enormes. Eles são aracnídeos microscópicos, bem próximo dos carrapatos. Assim como existem os ácaros de poeira e os ácaros predadores, que são benéficos existem os ácaros que se alimentam de plantas e alguns atacam nossas orquídeas de modo bem agressivo. Dentre os mais danosos se Destacam o ácaro-rajado e o ácaro-plano, sendo este último responsável por transmitir a virose denominada OFV( será falada na postagem sobre doenças). Os ácaros são raspadores sugadores e as lesões causadas costumam ser como um aspecto de lixa ou raspado na folha, principalmente na parte de baixo e o aspecto fica como se ela estivesse esbranquiçada, prateada ou bronzeada toda pontilhada e existe a presença de teias muito finas bem junto a folha que ao olhar de longe lembra um monte de sujeira. No caso do ácaro plano as lesões podem ser mais concentradas e lembrar algumas lesões típicas de algumas doenças e não costumam ocorrer a presença das teias. As condições que levam ao problema com os ácaros são:

  • ambiente seco, quente e abafado
  • plantas amontoadas
  • poeira
OBS: Algumas orquídeas são mais sujeitas ao ataque que outras, dentre as mais sensíveis estão: Catasetuns e afins, Phalaenopsis, Oncidiuns e Dendrobiuns.

Quanto ao controle dos ácaros deve ser bem rigoroso para que funcione e além dos cuidados básico de ambiente e cultivo os produtos a base de enxofre, como a calda sulfocálcica são de ótima eficiência para o seu controle. A forma correta de uso, seja de acaricidas ou produtos a base de enxofre são pulverizações feitas em geral a cada 5 a 10 dias, dependendo da instrução do produto, com o intuito de quebrar o ciclo do ácaro e assim conseguir eliminar totalmente a praga. Em geral se fazem em torno de 3 a 4 pulverizações neste curto intervalo de dias para garantir o controle totalmente. Outras medidas de controle podem ser as biológicas com uso de ácaro predador que se encontra em comercialização e uso de fungos como o Beauveria bassiana que também se encontram em comercialização.

OBS: as pulverizações, seja com a calda sulfocálcica ou outros produtos devem ser feitas sempre final do dia e usar o equipamento de proteção individual no caso de usar acaricidas de uso controlado e tóxicos.

Dica de preparo da sulfocálcica: 

Diluir em torno de 5ml/L da calda + 50ml/L de leite integral ou 10ml/L de detergente neutro.

Vejam algumas imagens:

Lesões causadas por ácaros

lesões causadas por ácaros

Lesões causadas por ácaros

lesões causadas por ácaros

lesões causadas por ácaros

lesões causadas por ácaros

lesões causadas por ácaros


Ácaro rajado (Tetranychus urticae)

presença de teias de ácaros


Ácaro rajado (Tetranychus urticae)

Ácaro rajado (Tetranychus urticae)



Ácaro rajado (Tetranychus urticae)

Ciclo de vida do 
Ácaro rajado (Tetranychus urticae)

                               Lesões de OFV causadas pelo ácaro plano
                                      Lesões de OFV causadas pelo ácaro plano

                             Lesões de OFV causadas pelo ácaro plano


Ácaro plano brevipalpus phoenicis

Ácaro plano brevipalpus phoenicis



Fonte de todas as imagens: Google imagens


4 - Lesmas e Caracóis:

As lesmas, caracóis e caramujos são moluscos, que apreciam locais muito úmidos e escuros, portanto se trata de uma praga noturna e que aparece muito nos períodos chuvosos. Elas raspam as partes das orquídeas deixando as danificadas podendo favorecer o aparecimento de doenças, além de prejudicarem o desenvolvimento das plantas. Elas atacam qualquer parte da planta, principalmente raízes, brotações, flores e hastes, mas podem atacar folhas maduras também, principalmente as mais tenras como as Phalaenopsis. Os substratos velhos que acumulam muita umidade são especialmente problemáticos quando o assunto é lesmas e caracóis, principalmente aquele bem miúdo que é até difícil de ver, mas que em grande quantidade causa um bom estrago roendo as raízes de tal forma que a planta acaba ficando muito debilitada e facilmente contrai alguma doença. Normalmente quando existem ataque de lesmas e caracóis existem sinais que podemos identificar, além das lesões em si. Esses sinais são seus rastros gosmentos que depois de um tempo se tornam brilhosos e podemos identificar facilmente este rastro brilhoso, principalmente das espécies de maior porte.

Mais detalhes sobre lesmas e caracóis vejam na matéria complementar neste link aqui:

Seguem algumas imagens:












rastro








caracóis se alimentando de lesmicida

caracóis se alimentando de lesmicida

caracóis se alimentando de lesmicida

Fonte de parte das imagens: Google imagens


5 - Pulgões:

Os pulgões são pequenos insetos do grupo dos Afídeos e dependendo da espécie podem ser verdes, amarelos, esbranquiçados e pretos e todos esses podem atacar orquídeas, mas normalmente os mais comuns são os amarelos e os pretos. São pequenos sugadores que apreciam as partes jovens da planta, principalmente brotos, botões e hastes florais em desenvolvimento. Eles se multiplicam rapidamente e são protegidos e carregados por formigas, assim como as cochonilhas, mas o seu ataque em orquídea é menos comum e os danos são bem menores, sendo muito mais simples de serem controlados.

Para o controle, além dos cuidados já citados sobre cultivo e ambiente pode ser feito a remoção manual com escovinha macia e sabão de coco ou aplicação de qualquer inseticida de venda livre, inclusive produtos a base de óleo de nim ou mineral. Podem ser necessários umas 2 aplicações para acabar completamente com a infestação.

OBS: todas as pulverizações sempre devem ser feitas final do dia e em caso de usar produto perigoso usar equipamento de proteção individual.

Seguem algumas imagens:













Fonte de todas as imagens: Google imagens


6 - Percevejo Tenthecoris

O percevejo Tenthecoris bicolor é um pequeno percevejo de coloração laranja avermelhada e parte das asas pretas e suas formas juvenis de coloração escura. Eles andam em grupo, são bem ligeiro e se escondem quando percebem a nossa presença e estão associados à ambientes próximo aos locais de matas e os orquidários abertos são os mais sujeitos a terem ataque deste inseto. Quanto ao seu ataque eles causam lesões esbranquiçadas que podem tomar conta de uma folha inteira e depois de um tempo essas lesões podem escurecer e a folha pode cair, portanto quando o ataque é muito severo a orquídea pode ficar muito debilitada e em último caso morrer.

Quanto ao controle uma medida muito eficiente é ter um orquidário telado de todos os lados, o que impede que o inseto voe até as plantas e não adquirir plantas coletadas da natureza e vendida por mateiros, porque além de ser um crime, normalmente vem contaminada com várias pragas e doenças. Quando se tem um ataque instalado pode fazer uso de qualquer inseticida, pois eles morrem facilmente, lembrando de pulverizar sempre no fim do dia e adicione o óleo de nim ou detergente neutro na mistura para melhor espalhamento do produto, conforme já fora descrito lá em cima.

Fiquem agora com algumas imagens:



















Fonte de todas as imagens: Google imagens


7 - Vaquinhas:

As vaquinhas são pequenos besouros bem bonitinhos e muito confundidos com as joaninhas, mas não se enganem! Elas não são predadoras como as joaninhas, mas sim se alimentam de plantas e podem causar estragos. No caso das orquídeas atacam principalmente as flores e por serem insetos mastigadores elas fazem furos arredondados pequenos nas flores deixando elas todas furadinhas o que prejudica o seu visual. É uma praga muito comum, principalmente em regiões de lavouras de hortaliças e grandes lavouras virando um problema constante nos orquidários. A espécie mais comum é a Diabrotica speciosa  de coloração verde e amarela, chamada também de brasileirinho.

Para o controle, uso de iscas armadilhas adesivas de cor amarela, iscas de feromônio e orquidário fechado com tela podem ajudar bastante. A Catação manual também é uma ótima opção para pequenas infestações e inseticidas para infestações maiores podem ser necessários lembrando de pulverizar sempre final do dia e usar a proteção adequada quando usar produtos perigosos.

Fiquem agora com algumas imagens:




















Fonte de todas as imagens: Google imagens


8 - Vespinhas das Orquídeas:

As vespinha das orquídeas são minúsculas, mas podem causar grandes estragos. Se destacam 2 espécies: a Calorileya nigra conhecida como vespinha negra ou vespinha das raízes e a Eurytoma orchidearum conhecida como a vespinha dos bulbos. Quanto as lesões, as vespinhas negras atacam exclusivamente as raízes colocando seus ovos na raiz e então a larva nasce e vai fazendo galerias dentro e então é possível observar um engrossamento da raiz na região atacada ficando como um caroço e esses caroços são chamados de galha. Um grande ataque dessas vespinhas prejudicam o enraizamento dessas orquídeas o que pode enfraquecer a planta e levar a outros problemas ainda mais sérios. Quanto a vespinha dos bulbos elas já colocam seus ovos no bulbo ou no rizoma e a larvinha nasce e começa a fazer galerias dentro do bulbo da planta. De início, é possível observar um engrossamento do bulbo ou broto que de início parece até que está bem bonito e forte, mas logo ele começa a ficar deformado e no final acaba apodrecendo. Essa vespinha é mais perigosa e em um ataque severo pode levar a planta a morte.

No entanto, a ocorrência dessa praga é regionalizada, ou seja, existem regiões em que ocorrem e outras que são livres dessa praga e para evitar que ela seja levada para locais em que não ocorra a primeira medida preventiva é observar bem a planta antes de levar para casa para ver se não tem sinais de seu ataque.

Quanto ao controle, além dos cuidados com o cultivo e ambiente deve-se eliminar qualquer raiz com galha ou bulbo atacado destruindo por completo esse material. Uso de armadilhas adesivas amarelas e produtos a base de nim como preventivo podem ser úteis para evitar que elas cheguem até as orquídeas. Em último caso pode-se usar inseticidas sistêmicos com orientação técnica e uso adequado da proteção individual, lembrando de aplicar sempre no final do dia.

Fiquem agora com algumas imagens:

Calorileya nigra

Calorileya nigra

Galha nas raízes

Galha nas raízes

Calorileya nigra adulta


Detalhe das vespinhas negras dentro da raiz atacada

raiz atacada pela vespinha negra Calorileya nigra

galhas








Fonte de todas as imagens: Google imagens


9 - Mosquito Fungus gnats:

Após apresentar as principais pragas das orquídeas vamos agora falar de alguns insetos que são menos comuns de causarem danos, mas que podem causar problemas caso apareçam, sendo o primeiro o mosquitinho Fungus gnats ou mosquinha dos fungos. Esse pequeno mosquitinho é mais um incômodo do que uma praga propriamente dita, mas ele pode vir a causar dano nas raízes das orquídeas, caso ocorra uma infestação grande. Ele é atraído por adubos orgânicos e substratos envelhecidos. É normal observar ele sempre voando próximo ao substrato e aos adubos orgânicos e então pode ocorrer do adulto colocar seus ovos direto no adubo ou no substrato e então as larvas nascem e começam a se alimentar da matéria orgânica em decomposição O problema é que elas podem vir a se alimentar de raízes vivas, podendo danificar e atrapalhar o crescimento das plantas, além de abrir porta para doenças.

Para o controle coloque adubos orgânicos em porta adubos ou sachezinhos de tecido poroso e usem substratos de boa qualidade trocando os envelhecidos. Pode-se usar armadilha adesiva na cor amarela com ótima eficiência para a captura dos adultos e o uso do inseticida biológico DimyPel possui eficiência para o controle das larvas, lembrando que a aplicação deve ser feita para o substrato e no final do dia.

Fiquem agora com algumas imagens:










Fonte de todas as imagens: Google imagens


10 - Lagartas e Brocas:

Outro grupo que embora ataque pouco, mas quando atacam fazem muito estrago são as lagartas e brocas. Na verdade as brocas em grande parte também são lagartas, mas para diferenciar e facilitar o entendimento quando falo lagartas quero dizer as desfolhadeiras, que mastigam e comem folhas, brotos, flores e outras partes e a broca aquelas que furam o bulbo ou rizoma e se alimentam do seu interior fazendo galerias. Aqui existem várias espécies de lagartas desfolhadoras que podem eventualmente atacar orquídeas, tanto de borboletas, quanto de mariposas e ambas podem fazer muito estrago, principalmente em mudas jovens, brotações, folhas finas e flores. Quanto as brocas uma em especial é muito danosa detonando os bulbos e podendo levar a planta a morte se não for combatida a tempo. É a mariposa Castnia therapon, de médio a grande porte sua lagarta broca os bulbos levando ao apodrecimento e morte das plantas. É possível notar sua presença identificando orifícios em bulbos ou brotações e com o tempo ele apodrecendo e quando abre seu interior pode-se notar lagartas em seu interior. Elas podem também atacar raízes grossas de orquídeas terrestres, como Cymbidiuns e outras de raízes engrossadas.

Para o controle fechar o orquidário com tela de sombrite costuma ser o suficiente para evitar entrada de borboletas e mariposas, mas caso elas entrem fiquem atento aos sinais de ataque, como folhas comidas e fezes de lagartas perto das partes comidas. Muitas lagartas são noturnas, portanto fazer vistorias noturnas é importante. Ao identificar o ataque pode ser feito a catação manual e sua destruição ou então uso de lagarticida biológico DimyPel e algum inseticida. No caso de bulbos com brocas esses devem ser totalmente removidos e queimados para eliminar o foco.

OBS: Lembrar que toda pulverização é feita sempre final da tarde e caso use produto perigoso use equipamento de proteção individual.

Fiquem com algumas fotos:















Fonte de parte das imagens: Google imagens


11 - Tatuzinhos:

Os Tatuzinhos são animaizinhos bem simpáticos, bonitinho e inofensivos para nós, mas eventualmente podem ser uma praga para plantas, incluindo orquídeas, quando em grande número. Os tatuzinhos são pequenos crustáceos terrestres comuns em jardins e normalmente gostam de umidade e se alimentam de detritos orgânicos em decomposição, mas eventualmente podem alimentá-se de raízes vivas, portanto substratos que retenham muita umidade, adubos orgânicos e plantas próximo ao chão podem atrair os tatuzinhos que podem roer as tenras raízes das orquídeas.

Para controlar além de evitar deixar os vasos próximo ao chão use substratos de boa procedência e novos e em caso de plantas com infestação mergulhe os vasos dentro de um balde com água e espere alguns minutos. Eles irão sair do substrato e subir e então pode-se fazer a catação manual e destruí-los.

Fiquem com algumas imagens:









Fonte de todas as imagens: Google imagens


12 - Baratas e Gafanhotos:

As baratas dispensam quaisquer comentários, mas elas eventualmente podem roer nossas orquídeas causando algum estrago, portanto é importante manter o orquidário limpo, livre de lixo e entulho para evitar aparecimento dessas pragas. Já os grilos e gafanhotos eventualmente podem causar alguns estragos comendo folhas, brotos e flores. Muitos possuem hábitos noturnos, portanto é importante olhar nossas orquídeas a noite. Em geral eles andam em pequenos números ou mesmo solitário, portanto ao avistar a melhor forma de controlar é a captura manual e destruição.

Fiquem agora com algumas imagens:









Fonte de todas as imagens: Google imagens


13 - Larva das flores - Contarinia:

Esta é uma praga pouco comum aqui em nossas condições no Brasil, mas em alguns locais ela causa bastante prejuízo. Se trata de um mosquito que deposita seus ovos nos botões florais e então as larvas nascem e começam a devorar a flor, normalmente de dentro para fora e quando elas abrem nota-se buracos e deformidades nas flores, além da presença da larva que é levemente amarelada a transparente. Numa única flor podem ter dezenas de larvas e seu dano costuma ficar restrito as flores.

Para o controle após identificar flores atacadas deve-se eliminá-las e destruí-las por completo. Elimine restos e lixo do orquidário ou vasos com substratos vazios que possam servir de local para as larvas se transformarem em pupas(casulos). Podem-se usar inseticidas também para o controle, lembrando de aplicar final do dia e usar proteção individual, caso use produto perigoso.

Fiquem com algumas imagens:


contarinia maculipennis










Fonte de todas as imagens: Google imagens


14 - Besouros:

Quanto aos besouros se destacam alguns poucos que gostam de se alimentar de botões florais, como os Diorymerellus lepagei e Diorymerellus minensis que podem comer por completo os botões florais ou arrancar pedaços. Existem pequenos besouros do grupo dos gorgulhos que apreciam flores de Catasetuns e outras e costumam furar essas flores as deixando com um aspecto feio e deformadas em alguns casos. Ainda em relação a besouros existe o Mordellistena cattleyana que costuma visitar as folhas das orquídeas e depositar seus ovos ali. Depois, a larva nasce e penetra dentro da folha e começa a se alimentar fazendo galerias em zig zag ou outras formas até que ela sai da folha para completar seu ciclo de vida. A essa praga chamamos de larva minadora das orquídeas e normalmente seu ataque não é comum e quando nos deparamos com ele é normal a larva do besouro já ter ido embora, sem causar mais nenhum prejuízo para a planta.

Para controlar a catação manual pode ser uma boa medida, assim como iscas de feromônio que se encontram no mercado e só em último caso uso de inseticidas. No caso da larva minadora se a lesão estiver vazia sem larva não é necessário fazer nada, mas caso a larva esteja lá ela poderá ser removida manualmente ou então injetar no local em que está um pouco de inseticida e fim do problema.

fiquem aqui com algumas imagens:

Diorymerellus lepagei








Fonte de todas as imagens: Google imagens


15 - Nematoides:

Os nematoides são minúsculos vermes invisíveis a olho nu, mas causam muitos prejuízos para um grande número de plantas cultivadas. Várias espécies de nematoides atacam plantas, inclusive ornamentais como orquídeas, embora em orquídea o ataque não costume ser tão comum. Em geral são pragas de solo e normalmente infectam a orquídea pela raiz onde entra e começa a se alimentar das partes internas e vai subindo pelo bulbo da planta, podendo em alguns casos chegar até a folha. Por onde passam deixam sinais em forma de listras muito finas e as plantas ficam com enraizamento comprometido e crescimento debilitado e até mesmo podem não florir.

Como controle, infelizmente para as plantas infectadas a melhor maneira de controlar é a eliminação das partes afetadas ou da planta inteira. Deve-se também evitar colocar os vasos próximo ao chão e usar substrato de boa procedência e esterilizado. esterilizar sempre a cada corte as ferramentas utilizadas e uso do bokashi ajuda a evitar entrada de nematoides nas plantas.

Fiquem com algumas imagens:






Fonte de todas as imagens: Google imagens


16 - Ratos:

Os ratos são um problemão, pois além de transmitirem doenças humanas e roubarem alimentos podem detonar nossas orquídeas, comendo bulbos, folhas, raízes, planta inteira ou substratos com resto de polpa, como a macadâmia e ainda reviram vasos podendo jogar a planta no chão.

Para evitar ratos evite deixar entulho de vasos e materiais guardados no local de cultivo e o mantenha limpo. Periodicamente pode ser interessante adicionar iscas raticidas no local, principalmente os blocos parafinados que são resistente a água ou então montar estação de iscas caso detecte ataque e ainda as opções mais tradicionais como ratoeiras, armadilhas adesivas e gaiolas pega-ratos.

OBS: NÃO USAR CHUMBINHO EM HIPÓTESE ALGUMA!!!

Fiquem com algumas imagens:








Fonte de todas as imagens: Google imagens


Em fim pessoal termino aqui uma apresentação breve de cada praga e medidas básicas de controle. Agora vamos para a segunda parte da matéria que são as principais doenças e como evitá-las. Segue aqui o link que os levarão direto para a segunda parte é só clicar aqui!

Nos vemos lá e deixo aqui alguns materiais complementares para aprofundarem seus estudos.

Forte abraço a todos e até a próxima!!

Dicas de preparo de caldas alternativas
Link para postagem sobre doenças:

Link para postagem sobre dístúrbios fisiológicos:
http://orquideassemmisterio.blogspot.com/2020/07/disturbios-fisiologicos.html
Link para matéria introdutória sobre pragas e doenças:
http://orquideassemmisterio.blogspot.com/2011/05/pragas-doencasdor-de-cabecadesespero.html
Materiais complementares: Pragas das orquídeas - Portal do Orquidófilo:
https://www.portaldoorquidofilo.com/pragas
Defensivos caseiros:
https://www.portaldoorquidofilo.com/defensivos-caseiros
Orchid Pests and Diseases Diagnosis, Treatment and Prevention by Sue Bottom, sbottom15@bellsouth.net
https://drive.google.com/file/d/1zw_VKbSt2eycOHqRTKKo_UhumgSkl8hI/view?usp=sharing
PRAGAS E DOENÇAS NA ORQUIDOFILIA Eng. Agron. Ricardo Gioria
https://drive.google.com/file/d/1ccOnEb6n2PSK-fjGPqMQ-XqPxWWgSBD-/view?usp=sharing

5 comentários:

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  3. A parabéns , está muito completa esta abordagem.

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  4. Muito obrigada pela explicação! Que riqueza de detalhes e dedicação. Não entendo nada de orquídeas, mas com a sua explicação consegui identificar a praga e estou tratando.

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    1. O melhor lugar para entender sobre as pragas mais comuns das orquídeas além dos tratamentos. Muito bom e gratidão pela sua generosidade.

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